sexta-feira, 13 de abril de 2012

PLANO DE AULA

PLANO DE AULA

O que é um Plano? Você tem Planos?

 É como um “mapa” com setas, indicações de onde desejamos chegar? Estranha definição... Vamos imaginar uma pequena viagem, uma viagem de 1 dia com nossos alunos. Discutimos, pensamos e elaboramos um plano onde registramos nossa estratégia para alcançar objetivos, ou seja, chegar ao local que desejamos. Certamente a escolha desse local deve ser algo significativo para todos, pois nosso plano que é viajar (vamos chamar de processo ensino e aprendizagem) envolveu a todos, considerando realidades e contextos, ou seja, nossos passageiros são também sujeitos da aprendizagem, participantes ativos da viagem. Não vamos viajar para determinado local à toa, sem interesse, sem estarmos motivados por algum aspecto interno (seja nossa curiosidade, por nos sentirmos desafiados, confiantes e desejosos de descobrir algo), ou ainda, por ser necessário mesmo sair do lugar, sacudir a poeira. Muitas vezes, ela começa sem graça para alguns, mas durante o percurso, o envolvimento, a afetividade, a descoberta, a troca, a percepção de que ela faz sentido acaba conquistando o interesse. Isso dá trabalho, mas trabalho não é sinônimo de “castigo”, trabalho é sinônimo de desafio, de que preciso buscar soluções, usar minha inteligência, minha sensibilidade e me dedicar, pois viagem à deriva é um perigo! Sabemos que essa viagem vai nos proporcionar a construção de novos conhecimentos, um processo contínuo, no qual vamos ousar, arriscar, tentar e com certeza, compartilhar, pois ninguém aprende sozinho. Ao trocarmos, nos tornamos menos competitivos; ao trabalharmos em grupo, aprendemos a respeitar as diferenças, cooperar, enxergar e distinguir direito e dever. Se durante a viagem, participo com minhas vivências, aprendo a falar e ouvir, aprendo também que preciso desenvolver a iniciativa sem sufocar o outro. E se a viagem tem problemas e todos fazem uma autoavaliação, nos tornamos críticos, questionadores, mas produtivos e positivos em nossas posturas durante a viagem. Por isso, quando pensamos a viagem, que é o nosso planejamento, devemos nos perguntar, lembrando novamente Rubem Alves, se essa viagem vai proporcionar o voo, o fortalecer das assas, nos apropriarmos de ferramentas, experimentarmos, sentirmos a vivência do brinquedo e a grandeza de crescer enquanto ser que aprende a construir, participar, trocar e colaborar. Sendo assim, nosso planejamento precisa levar em consideração como “trato” conteúdo, como organizo o trabalho que é “meu com a turma”, qual a minha relação com a turma, como seleciono os recursos, como entendo avaliação, qual a minha compreensão de “erro”, o que considero disciplina, como conceituo infância etc. A estrutura do Plano e Aula permite o registro da prática, sem esquecer que deve estar em sintonia com o Plano de Curso que depois estudaremos (Viagem de um ano letivo, cujo objetivo é amplo), visto que, a turma está no Projeto, e percebi pela correção de alguns Planos, certa dificuldade na elaboração, e por isso estamos na viagem inversa... Mas de nada adianta termos a técnica se deixarmos de lado o que é essencial: o aluno e o processo ensino-aprendizagem. 

VAMOS SITEMATIZAR? 

Plano de aula (ou Plano de Atividade) Consiste na operacionalização da ação didática. Contém elementos essenciais para promover o processo de ensino-aprendizagem.
 Estrutura 
Dados de Identificação Escola Professor (a) 
Tema: O plano de aula pode partir de um assunto, tema que está, por exemplo, norteando a ação pedagógica daquela semana, quinzena etc. 
Tempo: Duração da aula, ou ainda, das atividades propostas. Organização de uma rotina. 
 Áreas do conhecimento (Conteúdos): Ação didática deve promover a aprendizagem significativa para a turma, possibilitando ao educando relacionar diversas áreas do conhecimento e proporcionando a vivência e construção de conteúdos sem a fragmentação dos mesmos. Um exemplo: Estamos trabalhando folclore e a turma vai elaborar um prato típico de determinada região do Brasil. Esse tema vai permitir que seja trabalhado Português (leitura da receita, vivenciar a função social da escrita e leitura, manipulação das embalagens: data de validade, fabricante etc.); Matemática (sistema de medidas, tempo de preparo, as transformações da matéria - vamos imaginar que a receita pede que as claras sejam batidas em neve, situações-problema envolvendo preços dos produtos, validade etc.). Vejam quanta coisa poderíamos trabalhar. Quantas disciplinas envolvidas a partir de uma atividade. 
 Objetivos: É o comportamento que o educador espera que o aluno construa, alcance no decorrer da aula. Esse comportamento precisa ser observável e é traçado em função da aprendizagem. O comportamento precisa ser compreendido como ação, produção, postura... Muitos educadores se utilizam da frase: “Ao final da aula, o aluno será capaz de...” para ajudar na hora de elaborar os objetivos. O objetivo deve ser operacional, específico e registrado sempre no infinitivo. 
Procedimento Introdução (ou apresentação) Ao convidar meus alunos para a viagem, preciso envolvê-los nesta proposta. Desenvolvimento: É a viagem em si. Como pretendo que ela aconteça. É o momento em que o educador proporciona experiências, vivências, atividades orientando e coordenando a viagem. Favorecendo a integração e relação de conhecimentos. Podemos utilizar estratégias que atendam melhor e de forma adequada às necessidades dos educandos, assim como suas características. Quando o professor, por exemplo, adota sempre a mesma medotologia, ele “desvaloriza a participação” dos alunos e alunas que teriam mais interesse, envolvimento e produção, pois, apresentam outras habilidades que são desprestigiadas e esquecidas. Claro, que também precisamos incentivar a descoberta, o desenvolvimento de novas habilidades e a aquisição de novas competências. 
Recursos didáticos Todas as ferramentas que serão utilizadas na “viagem”. 
Avaliação A avaliação não precisa estar no final da viagem. Ela está presente durante todo o percurso, ao observarmos nossos alunos nas suas produções do dia, nas atitudes que demonstraram em situações específicas, na participação... Mas, podemos, ao final da viagem, realizar uma atividade, caso seja necessário, sem esquecer que avaliação sempre deve estar coerente com nossos objetivos e que ela é um instrumento que nos permite repensar práticas e refazer caminhos. Importante lembrar Os procedimentos, ou seja, a minha ação é intencional. Logo, precisa ser organizada e promover aprendizagens que atendam vários níveis. Preciso considerar o nível de conhecimento dos alunos, o nível de compreensão (de entendimento), o nível de aplicação (o nível em que o educando desenvolve a habilidade de utilizar o que aprendeu, o que construiu). Além desses, há o nível de análise e síntese, onde o aluno é capaz de perceber a interrelação que há entre o conhecer, compreender, aplicar e por fim, relacionar os conhecimentos. Todo plano é flexível e toda aula, citando novamente Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia, não é do professor, é dele com a turma. Ou seja, existe um plano de viagem que pode ser modificado, pode ser enriquecido por esse viajante que também traz uma bagagem com experiências, histórias, expectativas (ou, às vezes, nenhuma e precisa da nossa ajuda) e olhares diferentes. Imaginem todas essas bagagens abertas; imaginem os olhares que se educam diante do outro; imaginem os sentimentos, pois também aprendemos sentindo; imaginem as trocas; imaginem a descoberta de que ninguém precisa escolher entre a formiga ou cigarra, pois podemos cantar ao carregar as folhas, embora, possam estar pesadas em alguns momentos... Não importa, todos temos limites e possibilidades, precisamos é descobrir como lidar com elas e melhorar naquilo que é necessário respeitando a individualidade, as diferenças. Nem sempre estaremos inspirados, mas não façamos das nossas aulas um lamento, como a letra Epitáfio: 

Devia ter amado mais Ter chorado mais Ter visto o sol nascer Devia ter arriscado mais e até errado mais Ter feito o que eu queria fazer Queria ter aceitado as pessoas como elas são Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração 

 PENSANDO NA AULA COMO UMA VIAGEM, RELACIONE A LETRA DE LULU SANTOS COM O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: 

Como Uma Onda Lulu Santos 
Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir Pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Nada do que foi será De novo do jeito Que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar

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